Santa Catarina vive um cenário epidemiológico crítico e alarmante com a expansão da dengue e da chikungunya. Segundo o mais recente Informe Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES), 184 dos 295 municípios catarinenses já são considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti, o que representa mais de 60% do território estadual.
A situação exige mobilização imediata do poder público e da população, que precisa intensificar as medidas de combate ao vetor.
Números da Dengue Preocupam
Os dados divulgados mostram um crescimento contínuo e expressivo da doença no estado. Ao todo, Santa Catarina ultrapassou a marca de 62 mil focos do mosquito em 263 municípios.
Em relação aos casos, o Informe registra 134.231 notificações, das quais 25.734 são consideradas casos prováveis de dengue. Tragicamente, o estado já contabiliza 21 óbitos confirmados pela doença, com outros três em investigação.
Para o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), João Augusto Fuck, a expansão das arboviroses é resultado de uma combinação de fatores. "As condições climáticas atuais favorecem a reprodução do Aedes aegypti, e ainda enfrentamos desafios para que a população mantenha práticas preventivas. A dengue já faz parte do nosso cenário epidemiológico e demanda responsabilidade entre o poder público e a comunidade", alertou o diretor.
Chikungunya Explode no Estado
Além da dengue, Santa Catarina também enfrenta um aumento vertiginoso nos casos de chikungunya, transmitida pelo mesmo vetor. O estado contabiliza 2.799 notificações, com 840 casos prováveis e 699 confirmações laboratoriais.
Este número representa uma alta de 577,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Até o momento, quatro mortes causadas pela chikungunya foram confirmadas em solo catarinense.
A doença é caracterizada por febre alta, dores intensas nas articulações, mal-estar e manchas vermelhas. Em quadros mais graves, pode levar à internação, principalmente de idosos e pessoas com comorbidades.
Como Eliminar Criadouros e Conter o Avanço
A SES reforça que, apesar das ações de vigilância e controle realizadas em parceria com as prefeituras, o envolvimento da população é o fator mais determinante para conter o avanço das doenças.
Medidas essenciais no dia a dia para combater o mosquito:
Evitar água acumulada em qualquer recipiente, como pneus, tampas de garrafa, copos e latas.
Manter lixeiras sempre tampadas e não deixar materiais descartáveis sem uso em pátios e terrenos.
Tratar piscinas com cloro ou esvaziá-las completamente quando estiverem fora de uso.
Lavar vasilhas de animais com escova e sabão ao menos uma vez por semana.
Usar areia nos pratos de plantas e remover a água acumulada em folhas duas vezes por semana.
Armazenar pneus em locais secos e cobertos.